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Os impactos da Guerra da Ucrânia nos projetos de ESG

Depois de vários anos, a Agenda Global estabelecida pelas Nações Unidas ganhou força. Logo, com muitos países e organizações em todo o mundo decidindo abraçar as causas verdes. Como consequência, as políticas ESG surgiram dando algumas novas orientações de como se fazer negócio nas mais variadas indústrias.




O ESG forçou as empresas a aumentar seu nível de conscientização em relação às práticas ambientais, responsabilidade social e modelos de governança. Ao mesmo tempo, sociedades inteiras se moveram para a diversidade, inclusão, novas matrizes energéticas, novos modelos de governança, etc...


O discurso ESG foi totalmente adotado pela União Europeia, principalmente pelos alemães. Foi visto como uma oportunidade para melhorar a imagem da Europa e desfocar o seu passado sujo. Depois de ter poluído o planeta por muitos anos e causado inúmeras guerras e extermínio de populações quase inteiras no continente americano, africano e até em solo europeu (como o caso dos judeus), a Europa viu a oportunidade de ser reconhecida como politicamente correta e modelo para o planeta.


Ativistas verdes surgiram em todo o planeta e os desastres causados pelas mudanças climáticas fizeram mais pessoas simpatizarem com as causas verdes. Partidos verdes tornaram-se predominantes na Europa e novos marcos regulatórios foram implementados. Em pouco tempo, a grande mídia também aderiu à causa verde e as organizações europeias mais proeminentes passaram a sofrer uma enorme pressão para assumirem mais responsabilidade social.


As políticas ESG surgiram como uma resposta consistente às questões ambientais e sociais. Os principais private equities da Europa decidiram direcionar seus investimentos em empresas que adotavam politicas ESG e em projetos verdes. Esta decisão criou um efeito cascata para todo o mercado.


A indústria de petróleo e gás foi demonizada e o gás barato russo foi a solução escolhida para manter a economia europeia funcionando enquanto os promissores projetos verdes estavam sendo instalados para substituir a energia dos combustíveis fósseis. A indústria de O&G sofreu o maior desinvestimento de todos os tempos, algo jamais visto. Os investidores verdes se recusaram a investir em projetos de O&G.


A Alemanha gastou mais de US$ 1 trilhão em projetos de energia verde. No entanto, a Alemanha obteve apenas um resultado pífio nestes projetos que não foi suficiente para manter sua economia funcionando. Portanto, sua dependência do gás russo aumentou significativamente.


Tudo estava funcionando de acordo com o plano: a grande mídia falando diariamente sobre o efeito estufa, a opinião pública a favor de políticas verdes, matrizes energéticas passando, abruptamente, de combustível fóssil para energia verde, gás barato da Rússia para apoiar a transição energética e empresas adotando massivamente políticas ESG. No entanto, a guerra ucraniana começou, e os EUA e a União Europeia decidiram boicotar a Rússia. Consequentemente, a Rússia decidiu retaliar não bombeando gás para a Europa.


Sem o gás russo, o modelo econômico alemão não pode sobreviver. Não é apenas uma questão de encontrar um novo fornecedor. O custo de novos fornecedores é entre 3 e 5 vezes mais caro que os custos do gás russo. Isso inviabiliza todo o modelo econômico alemão. Devido a esse fato, espera-se que a União Europeia afrouxe suas regulamentações ambientais para ter sucesso durante esse período. Assim, private equities e empresas tendem a se tornar mais flexíveis em relação às suas políticas ESG.


Manter políticas ESG muito restritas durante tempos de guerra significa aplicar regras regulares durante tempos extremos e isso pode não funcionar corretamente. Provavelmente, a escassez de energia e o clamor social forçarão as organizações a se tornarem mais brandas com suas políticas ESG. Comportamento semelhante ocorrerá com os private equities que outrora só aceitavam investir em Green Projects e ESG Companies. Eles se tornarão mais flexíveis para equilibrar suas carteiras de investimentos. O mundo da interconexão fará com que países e organizações sejam mais tolerantes entre si para aceitar algumas situações para fazer a roda da fortuna funcionar. O discurso é bonito e valido, mas a realidade é diferente e dura.


Nelson Ricardo Fernandes da Silva é um Executivo da área de Gestão de Riscos e Seguros com: Curso de Gestão de Riscos e Compliace em Harvard, Certificado em Riscos e Seguros pela ALARYS Associacion Latino e Americada de Riesgos Y Seguros MBA com eletivas em strategy em Manchester Business School.


 

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